quarta-feira, 5 de junho de 2013

Meu depoimento

Confesso que não me lembro das minhas experiências de infância como, por exemplo, a primeira vez que escrevi meu nome, quando consegui fazer minha primeira leitura ou a minha primeira cartinha de amor.
Recordo-me que desenvolvi rapidamente minha capacidade leitora por ler gibis. Isso me ajudou muito e foi a minha primeira paixão. Depois vieram os livros de bolso (que nem sei se ainda existem), e só depois os livros de tamanho normal. Aliás, meu primeiro livro foi um presente de minha professora primária quando estava na terceira série: “As Caçadas de Pedrinho” de Monteiro Lobato, que foi outra obra pela qual me apaixonei. Toda criança deveria ler muito as obras de Monteiro Lobato.
Gosto de escrever, sem dúvida. Mas embora tenha minhas reflexões, não pendo para a escrita sociológica. Gosto mais da veia poética, embora não me considere, nem de longe, um poeta. Sempre que posso, escrevo alguns versos e, para isso, crio personagens imaginários que vivem, ou viveram situações que tento retratar. Para trazer a todos alguns desses versos, escolhi um que escrevi em 14 de janeiro de 1999 e que se intitula “Fim”. Espero que gostem.

                                 Fim

Já cai o sol no horizonte da vida
E a passos largos chega a idade
Cresce o medo da hora da partida
De não sei o quê, nasce uma saudade

Os olhos se voltam para o passado
Como a descobrir se valeu a pena
Teme concluir que nunca foi amado
Não crê que a solidão roubou a cena

A angústia molda-lhe a face d’alma
Na conclusão que de nada adiantou
Perde-se a paz, despede-se a calma
Descobre que jamais alguém o amou

Para que, de fato, adianta viver
Se só as ruínas nos cercam no final?
Para que tanto lutar, tamanho sofrer
Se do amor não nos fica nenhum sinal?

O coração chora na lágrima que cai
O olhar se perde no vazio mudo
Da garganta, o nó da tristeza não sai
E o nada, sem dó, passa a ser tudo

E na lembrança vã de quem nada trouxe
Só existem as saudades de quem amou
Os sonhos não existiam, enganou-se
No abandono, a morte, o velho levou!


                                                     Vicente de Paula Romelli - Grupo 6

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